TEUS MEDOS MEUS

Este poema não é novo, ele surgiu num momento de ruptura, de perda, de muita dor,
mas marcou profundamente o momento em que comecei escrever poesias, anos atrás.


Esse poema me ensina que quando se quer, a gente consegue transformar dor em arte e sofrimento em beleza . Estou ouvindo agora uma música que fala exatamente o que escrevi aqui, 5 anos atrás: o amor não tem medo!


Postei  esse poema  aqui pois um amigo, perguntou noutro blog, o que nós fazemos com os nossos medos. Lembro que na época que o escrevi, alguns amigos me disseram que este poema os tinha ajudado a perceber algumas coisas sobre eles mesmos. Então aqui vai:

Sabe do que tenho medo?
Tenho medo que teu medo te domine,
te enclausurando em decisões amargas,
a ponto de não mais querer-me
(se é que algum dia me quiseste)
E, por medo, te afastes
E eu, termine por não ter-te.

Sabe do que tenho medo?
Tenho medo que tu penses
Que não precisas ser amado
A ponto de rejeitares meu amor
(se é que um dia o quiseste)
E, por medo, tu me percas
E eu, termine por perder-te.

Sabe do que tenho medo?
Tenho medo que tu queiras ser galinha
E não perceba a importância de ser águia
A ponto de deixar-me escapar de teu lado
(se é que um dia comigo voaste)
E, por medo, eu alce um vôo distante
E tu, termines por não ver-me.

Sabe do que tenho medo?
Tenho medo que as dores do teu passado
Te transformem numa criatura tola,
A ponto de te embargarem um futuro lindo
(se é que um dia pretendes pensar  no amanhã)
E por medo, tu olhes pra trás
E termines por não ter vivido.

Sabe do que tenho medo?
Tenho medo que teus amigos te olhem no futuro
Reprovando teu desperdício de vida, de amor
A ponto de não mais te “levarem a sério”
(sé é que um dia tu mesmo te levaste)
E, por medo, tu também os perca
E termines por ficar sozinho.

Há quase dois milênios alguém falou:
“No amor não há medo,
Antes, o perfeito amor lança fora o medo;
Porque o medo envolve castigo;
E quem tem medo não está aperfeiçoado no amor”.
(1 João 4:18)
2005

Comentários

danihiller disse…
lindíssimo poema. Falou totalmente a mim.

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