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Mostrando postagens de junho, 2008

Tapete de Nuvens

Lilia Dias Marianno Em 24/05/2008 (Entre Quito e Panamá) Estou voando sobre um grande tapete de nuvens. Sua brancura em contraste com o azul do céu me lembra: estou alto, muito alto. O horizonte mudou de namorada Não se deixa mais beijar pelas águas do oceano Apaixonou-se pelo oceano de fumaça a quem beija demoradamente A paz deste oceano branco me transporta Para um mundo perfeito onde não há dor Diferente daquele lá de baixo. Pobre mundo sofredor! Tão belo e tão conturbado! Nuvens... nuvens densas e esparsas Tranqüilas ou turbulentas Vocês me lembram os momentos da vida Tão belos e ternos! Tão turvos e densos Momentos que, assim como vocês, eles passam Momentos pelos quais, às vezes quem passa sou eu Como floquinhos de algodão Os filhotinhos de nuvens bailam diante dos meus olhos Acariciando minha alma risonha com o espetáculo Essas nuvenzinhas são aprendizes, Nem sempre a coreografia sai perfeita E elas me deixam ver um pouquinho do que deviam esconder Criancinhas sapecas que me mos

Asas do Condor

Lília Dias Marianno Quito, 22/05/2008 Quito... experiência inesquecível. Junto com o povo latino da Bíblia por poucos, mas valorosos instantes dei-me ao direito de entregar-me a um novo momento de contemplação, como que a inaugurar um novo tempo de vida. Um certo aviador me falara: "Olha! Quito é cheia de altos e baixos". Sim! Muitas ladeiras! Rodeada de vulcões, só se tem uma noção mais justa do que ela é quando se está de cima! Minha parte favorita em Sociedade dos Poetas Mortos é o inesquecível momento em que o professor faz com que todos seus alunos subam nas mesas e olhem para a classe de cima para baixo . ele disse: "o mundo é totalmente diferente quando se olha de cima". Desde que vi esta cena, tantos anos atrás desenvolvi uma paixão pela montanha como nunca antes e o mirante da Rio-Petrópolis é o lugar onde grito: Jerônimo! Quito é uma cidade assim, que nos obriga a olhar para baixo apoiados nas asas do Condor ave extinta, típica dos Andes cordilheira que ho

Batistas & Bíblia: uma conversa informal

Texto apresentado em painel no encontro de catequistas da CNBB em outubro de 2005. Publicado na íntegra em Cadernos da CNBB, n.91, São Paulo:Paulus, 2006. Lília Dias Marianno. Um cotidiano que já vem de quatro gerações Certa vez, uma mulher de origem batista e de condição muito pobre, contava com pouco mais de vinte anos quando começou a passar por sérias crises em seu casamento. Decidida, resolveu salvar sua união conjugal através daquilo que ela conhecia, de sua família e também dos irmãos de sua igreja, como culto doméstico. O culto doméstico deveria ser um momento diário em que, a família reunida, ocuparia algum tempo para a leitura e exposição do texto bíblico e para a oração. Mas o marido nunca estava presente, como fazer? Assim, a jovem senhora decidiu fazer o “culto doméstico” com sua filhinha de três anos. Para suprir a ausência de uma explanação do texto bíblico para uma criança tão pequena, a jovem senhora resolveu adotar o procedimento de fazer sua filhinha dec